quinta-feira, 11 de abril de 2019

RESENHA 005: Cristianismo Puro e Simples

Cristianismo Puro e Simples, de C. S. Lewis (autor de As Crônicas de Nárnia), é o tipo de livro que apesar de se auto-declarar simples, nos convida a pensar de maneira mais aguçada sobre questões que vão desde a existência de Deus, até a realidade prática da vida cristã. 

O livro foi inicialmente produzido como uma série de palestras que foram transmitidas pela rádio BBC de 1942 a 1944. C. S. Lewis, ao produzir essa série de palestras, teve como um dos objetivos centrais levar reflexões, conforto e esperança aos seus contemporâneos que estavam vivendo os horrores da Segunda Guerra Mundial. Assim, após as transmissões, essas palestras foram compiladas e transformadas no que hoje é o livro "Cristianismo Puro e Simples". 

O livro é dividido em quatro sessões, que por sua vez são divididas em outros tópicos. Iniciamos a leitura sendo convidados a raciocinar sobre questões naturais e conceitos filosóficos como o certo e o errado como provas irredutíveis da existência de um ser superior. Neste ponto, é necessário uma leitura atenta para acompanhar o raciocínio de C. S. Lewis, mas é extremamente prazeroso a forma como ele nos conduz através dessa leitura! 

Ao identificarmos através desse raciocínio lógico sobre a existência de um Ser transcendental, somos apresentados então a ideia do porque podemos considerar os conceitos apresentados pelo Cristianismo como sendo os conceitos que mais fazem sentido de serem aceitos e seguidos. 

Resumidamente, a partir daí Lewis passa a apresentar de fato, quais as crenças universais do Cristianismo e como elas se aplicam (ou como deveriam ser aplicadas) de forma prática na vida cristã. 

Um ponto importante a ser ressaltado é o de que não é um dos objetivos do livro apontar caminhos denominacionais. Lewis não entra em pontos normalmente polêmicos e que causam desacordo entre a comunidade cristã, deixando claro sempre que o objetivo é o de apresentar a Jesus como a figura central e universal do Cristianismo e a realidade da fé e da transformação de vida como pontos principais da vida cristã. 

A pessoa cristã que pensar que não tem muito o que acrescentar em sua vida lendo um livro que traz conceitos básicos do cristianismo está redondamente enganada, pois é uma leitura que cabe perfeitamente tanto a não cristãos quanto para os próprios cristãos. 

Um detalhe final que não poderia ficar de fora é o primor gráfico da edição publicada pela Thomas Nelson Brasil. A edição ficou linda, e te da uma motivação a mais para fazer a leitura! 

Informações Editoriais:
Gênero: Literatura Cristã (Vida Cristã)
Autor: C. S. Lewis
Ilustrador: Rafael Brum (capa)
Editora: Thomas Nelson Brasil
Número de páginas: 286 páginas
Ano de publicação no Brasil: 2017 (1ª edição)      

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Resenha 004: As Crônicas de Nárnia - O Sobrinho do Mago

Sabe aquele tipo de aventura que você lê e se sente parte integrante da história? É exatamente assim que me sinto sempre que leio As Crônicas de Nárnia! História essa que, alias, é de longe uma das minhas preferidas na vida! O Sobrinho do Mago, apesar de ter sido o último livro da séria a ser publicado (foi publicado pela primeira vez em 1955), é a primeira parte da história na cronologia das crônicas de Nárnia. Não é segredo para ninguém que as Crônicas foram escritas por C. S. Lewis com o objetivo de transmitir os princípios e valores cristãos que o autor acreditava, e é justamente por este motivo e por eu ser cristão que essa é uma das minhas histórias favoritas.

No livro "O Sobrinho do Mago", acompanhamos a história de como se deu a criação de Nárnia e as primeiras aventuras vividas neste novo mundo recém criado. Já no inicio do livro, somos apresentados a Polly e Digory, duas crianças que moram em Londres. Os dois se conhecem porque Digory se muda para a casa de seu tio André, que era vizinho a casa de Polly. Tio André era um homem muito estranho e misterioso, e vivia fechado em seu escritório, lugar este que ninguém podia entrar.

Pois bem, as duas crianças se tornam bastante amigas e passam a brincar e a se aventurar diariamente; até que em um determinado dia, os dois resolveram explorar um túnel que havia no sótão da casa de Polly, e nessa exploração eles foram parar no escritório do tio André. Ao entrarem no escritório, as crianças se deparam com estantes cheias de livros, com uma lareira, poltronas, e uma mesa. O que mais chamou atenção, no entanto, foram alguns anéis coloridos que estavam sob uma bandeja em cima da mesa.

As crianças foram surpreendidas pela presença do tio André, que os intimidou e não os deixou ir embora do escritório, e induziu Polly a colocar um dos anéis amarelos que estavam na bandeja. Após Polly colocar um anel amarelo no dedo, ela some repentinamente, e Digory então toma a decisão de colocar o outro anel amarelo que havia sobre a bandeja para ir atrás de sua amiga. A partir dai, Digory e Polly passam a viver a maior de todas as aventuras de suas vidas.

A história é extremamente cativante, e outros personagens importantes vão aparecendo ao longo do livro, como no caso da terrível rainha Jadis e do personagem central da criação do mundo de Nárnia: Aslan, o Leão!

A relação que C.S. Lewis faz entre Aslan e Jesus é maravilhosa! É muito claro perceber na figura do Leão o caráter, a bondade, o amor, e o poder de Jesus apresentados pela Bíblia. Outro ponto explorado pelo autor é o contexto histórico em que ele escreveu o livro: muito perto do final da
Segunda Guerra Mundial. No livro, ele procura trazer uma reflexão sobre o perigo que corremos como seres humanos de sermos o causador de nossa própria ruína e destruição final. O livro nos trás o apelo para que possamos repensar a forma em como temos nos relacionado com o mundo e com nossos semelhantes!

Enfim, é uma leitura que vale muito a pena de ser feita! Fica aqui a minha dica de leitura! =)

Informações Editoriais:
Gênero: Literatura Infanto-juvenil
Autor: C. S. Lewis
Ilustradora: Pauline Baynes
Editora: Martins Fontes
Número de páginas: 184 páginas
Ano de publicação no Brasil: 1997 (1ª edição)

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Resenha 003: O Menino que Nadava com Piranhas

Sabe aquele tipo de livro que já te conquista pela capa? Então, foi exatamente isso que aconteceu com O Menino que Nadava Com Piranhas, escrito por David Almond e ilustrado por Oliver Jeffers. Não foi apenas a capa que me conquistou; neste caso, a história também me pegou de jeito! 

O livro conta a história de um menino chamado Stanley Potts. Stanley mora com seus tios Ernie e Annie Potts, e ao iniciarmos a leitura, podemos dizer que ele levava uma vida bem normal. Mas a pacata vida de Stanley mudou completamente quando seu tio Ernie perde o emprego e decide montar uma fabrica de enlatar peixes dentro de sua própria casa. A coisa fica muito fora do normal, máquinas e máquinas são instaladas em todos os cômodos da casa, a ponto de o próprio Stanley perder o espaço de seu quarto e ficar sem lugar para dormir na casa. A situação já estava beirando o insuportável, até que uma atitude de tio Ernie (tem que ler para saber, se eu contar será um baita spoiler...) faz com que Stanley decida fugir de casa. Em sua fuga, ele decide viajar com uma trupe de circo, acompanhando Dostoiévski e sua filha Nitasha, donos de uma barraca de pesca de patos.

Como se já não fosse muita aventura para um menino de tão pouca idade, Stanley conhece no caminho um homem chamado Pancho Pirelli, um homem de circo que apresentava um número que deixava todas as pessoas de boca aberta: ele nadava em um tanque cheio de piranhas sem ser devorado ou atacado por elas! Stanley, muito impressionado com a apresentação, coloca como meta em sua vida que irá também realizar a proeza de entrar no tanque e nadar com as piranhas. Daí em diante, as coisas se desenrolam de uma maneira muito cativante e empolgante!

David Almond consegue nos prender com sua escrita, e a história consegue transitar facilmente entre a aventura, o drama, a comédia, e transmite muita sensibilidade em muitos momentos. As ilustrações de Oliver Jeffers acompanham a atmosfera da história, e ajudam muito na tarefa de nos proporcionar uma leitura ainda mais profunda através de seus desenhos. Leitura altamente recomendável. Fica ai então a minha dica de leitura! =)

Ilustração de Oliver Jeffers



Informações Editoriais:
Gênero: Literatura Juvenil
Autores: David Almond e Oliver Jeffers
Editora: Martins Fontes
Número de páginas: 246 páginas
Ano de publicação no Brasil: 2014 

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Resenha 002: A Máquina de Goldberg

Gosta de ler? Gosta de acampar? Gosta de criar ou pesquisar sobre engenhocas mirabolantes? Então essa HQ é totalmente para você! A Máquina de Goldberg é uma história em quadrinhos criada por Fido Nesti e Vanessa Barbara e foi publicada em 2012 pela Companhia das Letras, mais especificamente pelo selo Quadrinhos na Cia.

A HQ conta a história de Getúlio, um adolescente que não está vivendo bons momentos em sua vida e que se vê obrigado a participar de um acampamento de inverno de duas semanas em Rifaina, junto com sua turma da escola. O acampamento tem tudo para ser uma péssima experiência na vida de Getúlio, já que ninguém da turma fala com ele e ainda existe a infeliz convivência com Rufus, o professor de educação física e orientador educacional da escola. Getúlio se sente sufocado, as horas não passam no acampamento e os minutos parecem que são eternos. Até que, de uma forma inesperada, Getúlio entra em contato com Leopoldo, o zelador do acampamento, e a história toma um rumo completamente diferente a partir deste momento!

O texto é divertidíssimo, coisa para você pegar e ler em uma só sentada! As ilustrações encaixam de forma perfeita na história (bom, eu sou suspeito para falar, já que sou fã demais do trabalho do Fido Nesti).

O detalhe super legal na história tem a ver inclusive com o título. Na HQ, somos apresentados as máquinas de Goldberg, que são basicamente engenhocas super complexas criadas com a função de dificultar tarefas simples, como acionar uma descarga, por exemplo. Quem as apresenta para nós é o Leopoldo (o zelador), e forma como Fido Nesti ilustra o passo a passo dessas engenhocas é extremamente divertida!

Enfim, uma HQ que vale bastante a pena ser lida. Fica aqui a minha dica de leitura! ;) 


Páginas internas da HQ


Informações Editoriais:
Gênero: Histórias em Quadrinhos
Autores: Vanessa Barbara e Fido Nesti
Editora: Companhia das Letras (Selo Quadrinhos na Cia.)
Número de páginas: 112 páginas
Ano de publicação no Brasil: 2012

terça-feira, 24 de julho de 2018

Resenha 001: PAX


Primeira postagem neste humilde espaço em meio a este oceano chamado internet! Já a muito tempo eu vinha com uma vontade de escrever sobre as impressões que tenho através das leituras que faço, e decidi não prorrogar mais essa ideia. Não sou nenhum profissional das Letras, mas sou um apaixonado por leitura, e estou me arriscando já nesta primeira postagem a criar resenhas das leituras que faço. Pensei muito sobre qual deveria ser a primeira resenha, e decidi que escreverei sobre o livro que terminei recentemente de ler: Pax, de Sara Pennypacker.

O livro narra a história da amizade entre o menino Peter e sua raposa Pax. Já no inicio da história, por ocasião de uma guerra, Peter se vê obrigado a se separar de sua pequena raposa e a ir morar na casa de seu avô, já que sua mãe é falecida e seu pai foi convocado para servir na guerra. Mas apesar da forçada separação, Peter não aceita essa condição imposta pelas circunstâncias e sai em uma jornada para resgatar sua raposa. A partir dai, o livro se intercala em seus capítulos entre a jornada de Peter para resgatar Pax, e Pax lutando por sua sobrevivência em um ambiente totalmente novo e desafiador para ele. Ao longo da história, a vida de Peter e de Pax vão sendo transformadas pelas experiências que ambos passam a viver!

A leitura é extremamente agradável e fluida, e Sara Pennypacker sabe entregar uma história sensível e empolgante do começo ao fim! Os personagens da história são muito bem construídos, com um destaque especial a Vola, que é a minha personagem preferida do livro. As ilustrações sensíveis e poéticas de Jon Klassen dão um toque todo especial a leitura. O final é extremamente tocante e nos faz refletir sobre inúmeras questões.

Enfim, para mim, Pax é uma leitura altamente recomendável, um livro que vale muito a pena ser lido. A edição brasileira publicada pela Editora Intrínseca está a altura da história! Fica aqui a minha dica de leitura. =)

Ilustração de Jon Klassen para o livro: 


Informações Editoriais:
Gênero: Literatura Infantojuvenil
Autora: Sara Pennypacker
Ilustrador: Jon Klassen
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 288 páginas
Ano de publicação no Brasil: 2016